A sueca H&M, a Nike e outras grandes marcas ocidentais sofreram boicote na China. O boicote ocorreu devido ao posicionamento das empresas contra o suposto trabalho forçado na produção de algodão na província chinesa de Xinjiang.
As declarações da H&M e da Nike realizadas há alguns meses repercutiram recentemente nas redes sociais chinesas. De acordo com um comunicado divulgado pela H&M, a empresa é “. . . profundamente preocupada com relatórios de organizações da sociedade civil e da mídia que incluem acusações de trabalho forçado e discriminação de minorias etnorreligiosas na Região Autônoma Uigur de Xinjiang. Proibimos estritamente qualquer tipo de trabalho forçado em nossa cadeia de abastecimento, independentemente do país ou região”.
Em suma, o governo chinês nega as acusações, o que estremece as relações entre a China e estas empresas. Ao consumir produtos de regiões éticas em detrimento da região de Xinjiang, estas marcas passam a mensagem de que o governo chinês é mentiroso. Sendo assim, entendemos os efeitos do boicote quando observamos que a China é o terceiro maior mercado da H&M em vendas, o que representa 6% da receita geral da empresa.
Valores X Lucro
A preocupação dos consumidores com sustentabilidade e o tratamento ético dos trabalhadores aumentou na última década, repercutindo na postura e posicionamento das marcas. Nesse sentido, há uma discrepância quando o discurso das marcas em apoio a questões de direitos humanos desafia um dos maiores mercados do mundo.
Esse é um problema que está longe do fim. Um exemplo disso são os Jogos Olímpicos de Inverno, que devem ocorrer em Pequim em 2022. Segundo o diretor da página editorial do The Washington Post “as marcas que escolheram apoiar os jogos neste ano farão vista grossa aos abusos dos direitos humanos na China.” Dessa forma, marcas tradicionalmente patrocinadoras olímpicas, como Nike, Coca-Cola, General Electric e Visa, estarão em uma situação difícil.
Fonte: Fast Company e O Globo